Arquivo da categoría: ESCRITA

A CAMINHO DUM NOVO PARADIGMA, PARA UMA NOVA HUMANIDADE Artur Alonso

Em 1900 o físico alemão Max Planck introduziu a ideia de que a energia era quantizada; anteriormente em 1838 Gustav Faraday tinha feito a descoberta dos Raios Catódicos. Em 1860 Gustav Kirchhoff, introduz o conceito de Corpo Negro. Já em 1905, Einstein demonstrou que toda a radiação eletromagnética, pode ser dividida num número finito de energia, que denominou “quanta de energia”. Depois em 1926 Gilbert N. Lewis, chamaria estes “quanta de energia” de fotons. Dous anos antes em 1924 Louis-Victor de Broglie apresentara sua teoria de ondas de matéria, fazendo perceber ao mundo que as partículas podem exibir características de onda e vice-versa. Assim é como em 1925 nasce a ideia da mecânica quântica, quando Werner Heisenberg e Max Born (baseados na aproximação de Broglie) desenvolverão a mecânica matricial que, junto com a visão de Erwin Schrödinger, sobre a mecânica de ondas, iniciará a virada de século e de paradigma na física.

Em 1933 às margens do Lago Maggiore, próximo a Ascona, na Suíça, Olga Froebe-Kapteyn funda o Grupo Eranos; abrindo à porta a interação já consciente entre ciência – espiritualidade. Entre os participantes do grupo figuravam pessoalidades tão destacadas como: o eminente teólogo alemão Rudolf Otto, especialista em religiões comparadas; Gilbert Durand, conhecido pelos seus influentes trabalhos sobre Imaginário e Mitologia; James Hillman psicologo analítico, conferencista de fama internacional; D. T. Suzuki, famoso autor japonês de livros sobre budismo (ajudou a introduzir em Ocidente o conhecimento de disciplinas como o Zen); o engenheiro elétrico Max Knoll: os famosos físicos quânticos Rudolf Alexander Schrödinger, Niels Borh e Wolfgang Ernst Paul; os biologos Jacob Johann von Uexkül e Adolf Portmann; assim como diversos especialistas de reconhecido prestigio tais como Mircea Eliade, Heinrich Robert Zimmer, Joseph John Campbell, Erich Neumann e o famoso psicoanalsita Carl Jung (um dos grandes promotores destes encontros), entre outros… Ajudaram a mudar nosso visão da realidade. 
Este grupo reuniu-se durante 70 anos, em reuniões regulares, efetuadas 1 vez por ano; durante as quais, em períodos de 8 horas diárias, cada pensador dispunha de 2 horas para suas palestras. Pudendo agora afirmar que graças a esta iniciativa, muitas das vanguardas atuais, que visam aprofundar os caminhos de confraternização global (não somente entre ciência, humanidade e espiritualidade) senão também entre culturas e povos, beberam direta ou indiretamente desta inesgotável fonte que foi Eranos.

Alberto Filipe Araújo, no seu texto: “Jung e o tempo de Eranos. Do sentido espiritual e pedagógico do Círculo de Eranos”, afirma: “…Vários conferencistas, vindos dos quatro cantos do mundo, partilhavam à volta de uma mesa as suas ideias de acordo com o tema proposto. Por outras palavras, cada participante coloca as suas visões interiores, sob uma forma filosófica ou científica, à disposição de todos os participantes com a condição de que o seu contributo seja simultaneamente imaginativo, criador e rigoroso.” (Revista @mbienteeducação. 94-112, jan/jun, 2013/04). Não é pois de estranhar que em grego Eranos, signifique comida em comum, celebração compartilhada, onde cada um achega sua parte.

Este novo caminho de confluência Ciência – Espiritualidade, ainda que agora nos torne um bocadinho mais céticos, de início; pode, no entanto auxiliar aos individiduos e sociedades dotando-os de novas ferramentas, que permitam com maior acerto, enfrentar, como humanidade global os novos desafios e provações que o futuro e o próprio presente nos está a deparar já, embrulhado na aparência de varias crises isoladas (económica, energética, ecológica, politica, social, cultural…), que bem analisadas partem de um mesmo fio comum: a crise sistémica de um velho modelo já inadequado para ultrapassar novos e mais pujantes desafios planetários.

Podemos inferir do pensamento de unidade ciência – esperitualidade, que ficam pela teoria quântica, abertos campos que podem desvelar novas possibilidades, nas quais mesmo a consciência, nos permitiria criar uma nova realidade. Já, hoje em dia, muitas pessoas não somente acreditam em este axioma; senão que na prática tentam mudar suas vidas, suas rotinas, tendências, círculos viciados, repetição de caminhadas… Mudando precisamente suas consciências (mesmo permitindo a expansão dessa consciência à procura de novas dimensões). E muitas afirmam mesmo que as positivas mudanças que obtiveram, seriam impossíveis, sem essa mudança de consciência. Há mesmo científicos a concordar, que essas mudanças efetuadas no nível anímico – psicológico, levariam também a profundas transformações bioquímicas no nosso cérebro; acrescentando a ideia de uma maior unidade, nos processos processos da vida; tal como pensa o Dr. Jeffrey Satinover.

Esta conceção nova da realidade, tem também empolgado a inovação terapêutica e campos como o Reiki, Ioga, Meditação… Que anteriormente foram indevidamente associados a “efeito placebo”, agora começam a ser inseridos, dentro de diferentes terapias, que mesmo abrangem a docencia ou a pratica hospitalar. Pelo qual devemos começar a pensar a serio, em esta mudança do paradigma social dominante, nascido no século das luces e muito associado, ao ate agora, entendido como racional. Sabendo que velhos paradigmas, que foram fundamentais na sua época para gerar um avanço evolutivo na humanidade, puderam agora chegar a entorpecer o mesmo ao ficar já velhos e desgastados, pelo avanço do tempo e, as inércias próprias dos ciclos naturais de renovação.

Para o físico indiano Amit Goswami “a consciência é a base de tudo”. Ele afirma ser a consciência, e não a matéria, a base de tudo quanto vemos, percebemos e observamos. Nós, então, podemos criar nossa realidade, dependendo das escolhas que façamos na nossa vida. Sabendo que existem diversas possibilidades, dentro das nossas potencialidades. Como assegura o próprio Goswami : “A consciência diz que o mundo é cheio de possibilidades e que nós temos liberdade de escolha. Se nós aprendermos a escolher com criatividade, acessando esta interconectividade não-local que cada um de nós tem, que é um estado de consciência não-local, se nós aprendermos a dar um salto do nosso ego individual para essa interconectividade não-local, então nós podemos acessar essas ideias de criatividade e mudar as nossas vidas. Assim, se acessarmos esse estado, seremos mais responsáveis pelas nossas ações. E quando assumimos essa responsabilidade, podemos enfrentar todos os problemas que vêm perseguindo-nos. Então “escolha” e “responsabilidade” são as palavras chaves desta nova ciência. Neste sentido, a nova ciência nos ensina a exercitar a criatividade.”

Novos avanços científicos tecnológicos, podem estar a obrigar-nos já a essa mudança; que não entanto não poderá ser possível, sem antes mudar nossa psicologia atual de competência pelos recursos (entre contrários ou inimigos), pela nova psicologia de colaboração e compreensão (entre completares e amigos).

Demonstrado está, também e, fica patente em diferentes estudos que o imaginário coletivo interage no imaginário individual e o mesmo individuo tira muitas vezes suas ideias, desse imaginário. Sabendo também da função que exerce o poder no controlo de esse imaginário coletivo, através de todos os seus meios ao alcance, desde os meios de de comunicação, aos doutrinamentos escolares, o seio familiar, o mundo laboral, etc… Acreditamos que somente plantando pequenas sementes de renovação e encorajando a libertação pessoal e coletiva , poderemos num futuro ver brotar a árvore da renascença.

Estas sementes tendem a avançar da Materialidade à consciência psíquica – dai elevar-nos – à Consciência iluminada da personalidade individual (morte do egoismo, esse entendemos nós foi o verdadeiro sacrificio do Cristo, na cruz – a morte do eu inferior, o ego material apegado a dominação, a imposição, viçado em cumprir os caprichos, paixoes, desejos de controlo…   Para alcançar o Eu Superior: ultrapassando essencialmente ess medo à morte).

A cruz mística sempre como símbolo da união da vertical e a horizontal (aparece em diversas culturas, como na nossa celta): Na horizontal o homem cresce pela racionalidade material, na vertical o homem ascende a intuição pura espiritual.

Na horizontal, a delimitação necessária a definição para tornar compressíveis as partes do todo (delimitar: dar limites; definir: tornar finito). Na vertical de novo a união com o todo, através da compreensão das suas partes. Experiência direita da realidade, através da intuição pura, deixando que o todo inunde o ser, deixando que nosso ser se inunde no todo…

Dai saber necessário razão e intuição serem complementarias. E um dos grandes trabalhos do nosso iniciado século, será esse: aprender a conciliar razão e intuição. Aprender a confraternizar fusionar, também, emoções (coração) e mente (cabeça).

Dai elevar-nos (atravesando o abismo do medo, com a força interior, vontande e coragem integradas, por meio da impassível perserverança) para – alcançar a essência comum (a União do Todo no Uno). Chegando a compreender que o que nos une como humanidade é mais forte, enraizado (raiz comum) que o que nos separa: divisão aparente (fomentada pela discórdia e a guerra). Sendo a união a raiz da árvore da vida e a divisão: as folhas (latejante no símbolo universal e cabalistico da “árvore da vida”).

Do mundo material – elevar-nos ao mundo moral – deste ao mundo intelectual. O intelecto é essencialmente a concretização da intuição a da compreensão.

Chegado aquí o discurso, faremos nossa a frase de Hernri Durville, na dedicatória do seu livro: “A Ciência Secreta” e dedicamos também este texto: “A todos aqueles que têm sede de ideal, que sonham com a Justiça, a Liberdade moral, a Fraternidade…” pois eles certamente foram os que hoje se achegaram a esta leitura (nada é por acaso). Mas advertimos, como também advertiu em seu préfacio o próprio Durville, aqueles que por acaso procuram encontrar em este saber e conhecimento: “o meio de saciar as suas paixões, ódios, amores, ambições, rancores; que procuram o ganho material; desgraçados que tem sofrido e não tem sabido perdoar, que este pequeno e humilde texto, não escrito para eles. Este tipo de atos, são atos de amor e de altruísmo”. Dados a quem compartilham estes nobres ideais.

Acrescentamos também que pela contra aqueles que tens sofrido longamente e que querem sair do tormento, caminhar ousadamente pela senda do amor, para encontrar a Serenidade, a Felicidade e a Paz Interior, realmente estão no local apropriado.

Mas de novo desafiamos aqueles que ainda não preparam seu coração para o amor, a tomar outro caminho, lembrando de novo as palavras de Hernri Durville quando, no mesmo, escrito advertia: “Procuras o ganho material? Não será aqui que tu o encontrarás; este é um estudo desinteressado, uma tentativa mais de dar a todos a felicidade, que vem da paz da alma e do bem feito em torno de si. Nele não se encontra nenhuma idéia cúpida.

Simples curioso, e tu, ambicioso, que acreditas ter nascido para seres o conquistador do mundo, este escrito não é para vós, para os vossos corações presos ao tumulto das paixões vãs que esta obra não foi feita… No estado atual da vossa perturbação, não compreendereis esta obra . Não falamos a mesma linguagem e os propósitos que escolhemos não fariam desaparecer a barreira que nos separa. Não procureis levantar o véu (da sabedoria) antes de terdes mudado os vossos desejos.

Daqui até lá, vosso dia ainda não é chegado; não saberíeis ainda ver nestas páginas a ternura e a alegria que quisemos expressar.”

Sirva pois este trabalho entusiasta, como um pequeno inicio, para na medida da sua humilde projeção, abrir a alma dos leitores à procura desse novo modelo de participação coletiva nas decisões e colaboração ética baseada na lealdade, honorabilidade e transparência; necessárias para criar confiança entre todas as diversas culturas globais.

ERRODIARIO minux

Erro, lapsus, fallo, falla… fenda
escapada, fuga, alborada.
Dixéronnos que os galos cantaban
polas mañás, dixéronnos non sei que do medo
mais os galos cantan a todas horas
igual que os cans que cantan ás veces
con medo… os páxaros ladran tamén
ladran os páxaros engaiolados nesa tenda
baixo a alameda.
Un día lancei a dous páxaros coa súa
gaiola encomendada ao chan dunha terraza
e ou ben voaron ou ben morreron.
Non soportaba que estiveran pechados e
despois o que estivo dentro da gaiola
fun eu pero iso xa pasou e agora como
pinchos de tortilla e bebo cervexa sen alcohol.
Liña de fuga que non se disolva no nariz
eu de neno saboreaba peta zetas.
Montaña, alborada, río, sementes
auga pura, auga envelenada.
Plásticos na lama, papeis na beirarrúa
camiño oscilando na mente.
Ti acompáñasme na viaxe celeste
ás veces non…
melancolía do tabaco entumecido
sospirando amianto
hiperactividade, hiperventilación… pasos.
Auga regadeira pasa pola miña alma
pechado no círculo que ten currunchos con espiños
a culpa das laranxas debe ser maior
que a fibra
eu visito poucos lugares
pola gorxa morre o rei… ás veces as autopistas
do internet van cada vez a máis velocidade
non leo tan rápido a Deleuze. En Bueu
leo máis. Mar calmo, que chova quinindiola
ás veces son autista e penso como na
praia da Lanzada hai morea de xente
camiñando dun extremo a outro da praia
procurando morenos e morenas? Despois
hai rapaces que pescan polbos e tamén
hai polbos na toalla.
Os políticos non tiran a toalla porque
non hai quen lles rompa o nariz. O rapaz
que se atreveu a darlle unha hostia ao Rajoy
mandárono para un centro de menores, aquí
en Ourense e iso que era familiar. Familias
hai moitas. Todos iguais, todos diferentes dí
o lema mais a lama de todos parte dos
mesmos lodos ou era dos mesmos polbos?
Inquisición, parisién, fútbol, catequese.
O colexio máis horripilante do mundo.
O meu avó estivo tres anos no cárcere nesa
época infame que aínda non se vomitou ata
quedar medianamente ben. Herdanzas, rodas,
xílgaros.
Moito trauma. Agora mesmo estou estirándome
e estrálanme todas as vértebras do corpo.
Eu teño vértebras ata na pixa.
A rúa onde vivimos lémbrame á canción
de Silvio Rodríguez, esa que dí: “Viva el
harapo, señor y la mesa sin mantel. Viva
y que huela a callejuela, a palabrota y
taller.
Nesta rúa e neste barrio hai xente de todas
as cores e ata se falan distintos idiomas
pero non me chega, gustaríame que fora moito,
moito máis. Que compensaran polo menos á
toda a xente maior autótona que vexo por todos os lados.
Aínda que agora que o penso eu tamén debo ser maior.
Algas o pelo do pé
craváchesme as tenazas
no buraco da uña
pero foi sen querer
durmiches coas gatas
e un menda tamén
choveu toda a noite
nevou en Maceda
nevou en Compostela
e estamos na primavera
andas na lama
eu en distintas prisións
entrullado de raíces
entrullado de ósos
cos músculos aletargados
co miolo amorado
a pel fría e dopada
non penetra nela ren
mais dela non sae tampouco nada
só mancho os dedos
ás veces de pintura
ás veces de verniz
imos expoñer
vóume expoñer con medo
a gorxa rota
polos xeados
río pequeno
no que collen benxamíns
cágados, algas
visóns, caranguexos americanos
quizais lontras
vimos unha o ano pasado
patos a mansalva
merlas, paporroibos
lavandeiras brancas e amarelas
e ata o martiño pescador
co seu brillo azul
vimos voar
garzas, corvos mariños
gaivotas que non son do pp
río pequeno
cheo de latas, plástico,
papeis, verquidos de todo tipo.
Pneumáticos, bidóns,
valados, ladrillos,
ferranchadas de todo tipo
río que andas na cidade
e non te podes alonxar dela
soportas o insoportable
pero das vida plena
eu mírote con mirada extraviada
con ollo birollo e sorrío.
Motor ruído de fondo
banda sonora da rúa
permanezo quedo
asténico
mais cos dedos pegoñentos
non de seme nin de semente
senón de pintura
sintética pintura que dana
a lingua-bolboreta
pintura negra de loito
lingua de loito
loito nas veas e nas carreteiras
e nas rochas do mar
o mar que está máis alá.
Hoxe unha lavandeira
colleu co seu pico pole das árbores
para un niño
e naceron patiños
facían carreiras polo río
e a barba vaime minguando
como a lúa que medra
e a lingua que pica
pica alabastros
mancho o diario e a caneta vermella
pinto cadros vila morena
e semella que chove acobardado
todo o diario está subxectivado
e envasado no pasado que verte
con substancias e é teu o meu embigo de visón
algas na mesa
a modo de mostrario
devecen por ser penduradas no fume
o fume de primavera de toxos
carreiras nas medias de calzedonia
non verás
carreiras no medio da calzada de motos
si
e a auga da baixada non é auga da traída
a auga ten cloro e sulfitos e sulfatos
eu teño co psiquiatra o sete
xa van tres veces que me cambian a data
quérolle pedir un favor
quero menos xalea real
paso de monarquías
eu quero ser zángana
sen garavata nin camisola de forza
procuraba fotos de revistas
que foran gráficas e porno
ou sexa pornográficas
só para recortar en saudade
nin en pelos púbicos
si quero escoitar esa auga
que cae chovendo contra o asfalto
diseminando burbullas polos sumidoiros.
Aquel día o cosmos
pegou no río
e caeron estreliñas
coa súa luz
na superficie da auga
escura
as lápidas ás veces brillan
e a vida nas rás das charcas
tamén
vin un cágado nunha tomba
en San Pedro de rochas
estaba quedo mais a súa cabeza
ía moi rápido
alí se reflexaban ás árbores
autótonas que se ancoraron no outono
o chan cheo de follas secas
as pedras na auga
e aquí e agora segue a chover
debe haber fútbol ou houbo fútbol
ou haberá fútbol
e sigo manchando o diario
diario de ex-fumador que voltou fumar
diario de ex-okupa… voltará okupar?
diario de ex-pontino… ?
akelarre para os teus ollos
de apátrida invencible.
Calquera sae á rúa!
non trouxen chuvasqueiro
e a pelo non o quero
polas mans cheas de pintura
de pintura negra de loito
de loito senil
abafante adoito mergullarme
en obsesións tipo redes sociais
por que os asociais teñen facebook?
ou temos, xa non sei
resulta contraditorio
ao final resulta que odiamos tanto
e aí andamos procurando aloumiños
sigo manchando o diario
diario de século vinteún
entre os ríos dunha cidade de provincias
que non son as vascongadas…
unha vez fomos a esas provincias
e vimos realmente a moita garda civil
parando carros e furgonetas
por se aparecía alguén da eta
ou por tocar as bolas sería tamén.
Ían cargados ata os dentes
daba algo de medo, a verdade
polo demais ben, moi curriño todo
e segue a chover e xa non sei que hora é?
pica a lingua e non comín peta zetas.
Os vídeos que gravo
son tremendos polo que tremo
entran nos meus ollos
os desexos de ollar
baleiros e enchidos
vermellos e verdes
fauna e flora
e ata o cemento e a xente
expóñome a taquicardias
e ataques ao corazón
por toda a ilusión que
me provoca a vida
que sempre está acompañada
da morte
porque a vida doe, pica,
ás veces espanta e ata delira
entón dase a volta á moeda
e cáeche enriba
someténdote con medo
parálise física e mental
tes que facer moita forza
para alonxar ese peso
e cando o consegues
xa non tes présa por vivir
xa camiñas arrastrado
ollando cara os lados
mirando sempre ao carón
non vaia ser que apareza
a morte outra vez
e non queres vivir
tampouco morrer
queres adecuarte a un molde
quizais non moverte demasiado
para que non che caia un raio
e así van pasando días, semanas,
e algún que outro mes, si
para de novo comezar a vivir
e vives, minguas, estiras, berras, ris
unha boa tempada
aínda non aprendiches
técnicas zen para florecer
acadar a paz e o pracer
de seguir ben mes a mes
és un pobre aprendiz
ignorante da sabiduría inxente
e necesaria para subir á montaña
ou mergullar no mar sen afogar
que lle imos facer, imos parar
non nos imos laiar porque
deseguida tildaránnos de algo, verás.

FACEBOOK EXISTENCIAL Vento Morteira

Gústame emborracharme polas mañás, pasar as tardes con resaca e estar sobrio pola noite.

Gústame o cheiro da palla húmida, e do estiércol de vaca, gústame ver voar e ver danzar entre as ramas aos paxaros, gústame ver amencer e o aroma do vapor da muller tras facer o amor.

Gústame ver correr os ríos e as nubes, todas as nubes.

Gústanme as casas humildes, os alpendres, as cuadras e os muros de pedra.

Gústame o pan, as patacas, o aceite, as agullas en lata , os froitos secos e a froita.

Gústanme as tres estrelas do cinto de Orión.

Gústanme os labregos que falan pouco, aman a terra e non minten. Gústanme as mulleres que non enganan.

Gústanme os oficios vellos de cesteiros, alfareiros, latoeiros; e os nenos cando cospen.

Gústanme os mapas e as fotos estelares. Gústanme os rifs de guitarra, os acoples e a distorsión; gústame o son do roncón da gaita.

Gústame andar descalzo e beber da billa. Gústanme as visitas inesperadas e a alegría desorganizada.

E pouco máis…

E non me gusta todo o demais.

CATRO CINEGRAMAS CONCEPTUAIS Claudio Rodríguez Fer

(Deriva libertaria anticolonial)

ANTROPOLOXÍA DOCUMENTAL

Claudio Rodríguez Fer, ANTROPOLOXÍA DOCUMENTAL

O norteamericano Robert J. Flaherty iniciou o cine documental, mediante a convivencia por inmersión, retratando ao pobo inuit en Nanook of the North (1922) e ao samoano en Moana (1926); máis tarde colaborou con F. W. Murnau na conflitiva produción de Tabu (1931), docuficción rodada na Polinesia.

ALPHAVILLE OMEGA

Claudio Rodríguez Fer, ALPHAVILLE OMEGA

Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution (1965), de Jean-Luc Godard, é un thriller de ciencia ficción cheo de conexións literarias (La Fontaine, Baudelaire, Orwell, Eluard, Céline, Borges), intertextualidades cinematográficas (Cocteau, Lang, Murnau, Marker) e referencias filosóficas ou científicas (Pascal, Nietzsche, Bergson, Einstein).

INVASIÓN REXISTRADA

Claudio Rodríguez Fer, INVASIÓN REXISTRADA

Invasión (1969), do arxentino Hugo Santiago Muchnick, quen contou no guión con Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares, converte Bos Aires en Aquilea, unha cidade ocupada dun xeito misteriosamente inexorable malia a resistencia kafkiana dun pequeno sector de activistas.

QUEIMADA LIBRE

Claudio Rodríguez Fer, QUEIMADA LIBRE

O cine político do italiano Gillo Pontecorvo centrouse a miúdo nas loitas anticoloniais, como ocorre en Queimada (1969), rebelión dunha illa caribeña contra o imperialismo portugués teledirixida polo neocolonialismo británico.

SONHOS Artur Alonso

É membro numerário da Academia Galega da Lingua Portuguesa. Tem quatro livros publicados, dois livros coletivos. Participou em várias revistas como Agália, Outras Vozes ou Identidades e em jornais digitais como o Portal galego da língua ou Mundo Galiza. Pertence ao Clube dos Poetas Vivos de Galiza.

Sonha Alicia Sanchez Camacho deixar de viver em Catalunha, por causa da falta de liberdades e pluralidade política; curiosamente sonha Felipe González o mesmo acontece em Caracas, será que na Generalitat governa um bolivariano? Sonha o alcaide de Vigo, os da Xunta respeitem a sua cidade; ao tempo que sonham em Crunha entregar aos cidadãos o governo desta localidade.
Sonha Obama, Cameron, Hollande com um Meio Oriente alargado – este sonho o comparte também a amiga Fraternidade Muçulmana (curiosamente sonha o governo israeliano com o fim da ameaça iraniana).
Sonha Susana Díaz com uma oposição responsável, do mesmo jeito o novo regedor de Ourense em esse mesmo sonho vê-se retratado, a pesares dum ser popular e outra sócia lista proclamada.
Sonha o senhor arcebispo com uma sociedade bem catolizada, e a nova alcaidesa de Mondonhedo sonha mesmamente que em esse catolicismo, como povo, temos nós a identidade; no entanto Ferreira e Noriega sonham com liberdade na sua religiosidade.
Sonha Esperanza Aguirre com a ameaça dos “soviets” na capital das Espanhas, e com a mesma sonhava Carmona: com chegar a ser, dela, alcaide.
Sonha o rei Filipe VI recuperar o prestigio da monarquia desprestigiada, a um tempo que sonhava Leticia converter-se em rainha afamada.
Sonha Vladimir Putin travar a expansão do Império Norte-americano; ao tempo que sonhava Merkel com uma Ucrânia na União Europeia integrada.
E em algum lugar deste remoto planeta, nas montanhas do Afeganistão (pode estar a dar-se o caso), alguém desperta do seu sonho e a dor dele se esvai em um lapso… para sempre e sem palavras.

NÉBOA Vento Morteira

Ainda non se esvaecera a néboa que orbitaba en torno dos farois da cidade e tamén, a que eu tiña ancorada nas cuncas dos ollos, cando me abordou unha rapaza voluntariosa e falandeira pra seren as primeiras horas da mañá; viña facendo enquisas encol da situación económica, social e política do país.

Sen ganas de entrar a traballar, convideina a un café namentras enchía os cuadriños da enquisa coas miñas respostas moderadas, hipócritas por educación ou solidariedade cun traballador. Como reflectir o rexeitamento na súa totalidade as bases do sistema naquelas ringleiras, cadriños, óvalos e parénteses que compuñan aquel documento; “la espuma, la fétida espuma, pone a borbotones, sobre la superficie, todas las impurezas de una sociedad moribunda”, decía Ricardo Mella fai un século e a mín, naquela hora, me retumbaba nos miolos.

Tería que lle decir que me importaba unha merda Podemos, Mas, o bipartidismo, a cuestión territorial a percepción económica dos españois, as medidas parlamentarias anticorrupción e todo o demáis; que só anhelaba ver saltar as institucions polos aires e a tódolos persoaxes sudando no rego, de maña a noite, pra poder xantar. E por fin chegar a ver as persoas libres, a terra coidade e os animais respetados. Mais, que agardar nestes intres, tralo triunfo e a consumación dun golpe de estado a ralentí a nivel global, nas que unhas mil xuntas de accionistas, un centenar de axencias estatais de información i espionaxe apoiadas por exercitos e a coa tecnoloxia ao seu servicio declararón a suspensión dos dereitos universales do home aprobados pola ONU.

Deixoume o odio e a raiba, como escapan as forzas ao ir vello e, ainda sen rancor nen animadversión, durmo maxinando un mundo superado polas catástrofes naturais, coas ciudades costerias inundadas polo mar, polo estoupido de un ou varios volcans, o desprazamento das placas continentais, o impacto dun obxeto do firmamento ou a extension dunha epidemia. Estou enfermo? Donde está a empatía? Donde foi a solidariedade?. Mais non debo ser o único, i é así, que me explico o éxito de series, filmes e documentais sobre istes temas apocalípticos, zombies e distopias varias: unha de dúas; o é unha manobra de distracción que anule a voluntad dunha maioría que se erga en rebelión ou é a constatación de que na consciencia colectiva aniña a convicción de que esta civilización esta chegando ao seu fin ainda que sexa por motivos externos, e que, sobre as cinzas, outra forma de vivir é posible.

SENTENCIAS IDIOTAS Rafa Becerra

http://laconjuracontraelnecio.blogspot.com

Rafa Becerra Rafa Becerra

A veces, paseando por las ciudades, suelo fijarme en esos alcorques o parterres que suelen dejar en las aceras para plantar árboles. Árboles que en el caso de existir suelen estar raquíticos o enfermos, polucionados de civilización y empachados de cemento. En alguna ciudad, al borde de esos alcorques, se observa a veces un pequeño azulejo con un nombre y una fecha de nacimiento. A algún concejal se le ocurriría la idea de aunar la natalidad municipal con la plantación de árboles. Hoy, todos los parterres están vacíos de todo, salvo de excrementos de perros papeles y colillas.

Imagino a esos padres haciendo suyo aquel dicho que decía que en la vida hay que hacer tres cosas: Plantar un árbol, tener un hijo, y escribir un libro.
Muchos, gracias a las facilidades municipales harían las dos primeras, y algunos se atreverían con la tercera.

Desde mi punto de vista, las tres experiencias son decepcionantes y duras.
El libro que he escrito, permanece encima de mi mesa, a la espera de que decida que hacer con él. Es el resultado de veinte años de escritura dispersa y errática, y contiene demasiados sentimientos para que no de pavor lanzarlo por el mundo. Sentir la desnudez del alma una vez que sea leído y juzgado por los demás. Y al mismo tiempo, no deja de provocar curiosidad el saber que aceptación tendría, un dilema en definitiva.

El siguiente asunto, el de la paternidad, tampoco ha sido un camino de rosas. Echando la vista atrás, sobre los diecisiete años que tiene mi hija, me encuentro que este recorrido temporal y vivencial ha tenido más de calvario que de experiencia satisfactoria. Mi pronta separación de su madre, el miedo a perder a mi hija, la presión social, las dificultades y desacuerdos educativos, la frustración de una separación forzosa con mi hija. Las desavenencias con ella según se fue haciendo mayor, las incertidumbres sobre su futuro.
Un calvario que está lejos de terminar, y donde te queda siempre la sensación de ser el perdedor.

Y la tercera parte, la de plantar un árbol, no ha ido mucho mejor. No es cuestión de abrir un agujero en el suelo, plantar el esqueje, regarlo y adiós. Es mucho más complejo, las posibilidades de que ese pequeño tronco llegue a ser un ejemplar adulto son muy pocas. Una vez leí que para que un árbol sea adulto, han de pasar sobre veinticinco años, entonces y solo entonces, se podrá hablar de absorción de anhídrido carbónico y expulsión de oxígeno. Sin entrar en aspectos tan técnicos, yo he plantado muchos árboles, y no he visto sobrevivir a ninguno. Mi última y frustrante comprobación me dejo clara la fragilidad de estos seres vivos, y las dificultades para crecer.
Hace años me fui a vivir al campo, rodeado de bosques y vacas. Tenía una finca donde abundaban los castaños, los robles, abedules y frutales, pero no había ningún acebo. Yo adoraba estos árboles, y empujado por una tonta codicia deseaba uno. Un día, en uno de los largos paseos que daba por la región, observe al borde de un camino un pequeño acebo cuya supervivencia estaba amenazada por la cercanía del camino. Las huellas de los tractores pasaban a pocos centímetros y seguro alguno de ellos no tardaría en aplastarlo. No lo dude, fui a casa y volví con una azada dispuesto a llevármelo.
El pequeño árbol no tuvo dificultades para crecer en casa, y pronto otros como él. Aunque algunos sufrieron la voracidad de unas ovejas que criaba por aquel entonces.
Un día tuvimos que dejar aquella casa, y allí quedaron los árboles. Tarde unos años en volver, cuando lo hice, los nuevos dueños habían talado y limpiado las lindes de la finca y talado algunos árboles, pero los acebos que yo había plantado seguían allí, hermosos y con sus dos buenos metros de altura. Estaban preciosos, y yo lleno de orgullo, pensaba que lo había conseguido, que ya nada impediría que aquellos ejemplares llegaran a adultos. Estaba equivocado.
Hace unas semanas volví a aquella maravillosa tierra, y pasé cerca de la casa. Los dos acebos estaban arrasados, triturados bajo las potentes mandíbulas de dos caballos. Un tronco pelado era lo que quedaba de ellos, después de diez años.
A veces me pregunto ¿Quiénes somos nosotros para inmiscuirnos  en el ciclo de la vida?
Creemos estar por encima de muchas cosas que ni siquiera entendemos.

Vuelvo a vivir en el campo, lejos de donde lo hacía antes, sigo plantando árboles, pero no espero nada. En el fondo hago como que los ignoro, por miedo a quererlos demasiado. Intento no meterme, dejarlos. Los árboles que ya había en la casa, ni siquiera los podo. Quiero entender que no me pertenecen, que seguro saben arreglárselas sin mi.

Ellos crecen… Yo también.